Abandono

Sem previsão de conclusão, hospital da mãe agoniza em São Gonçalo

Obra inacabada contou com investimento milionário

Obra gerou grande expectativa entre gonçalenses
Obra gerou grande expectativa entre gonçalenses |  Foto: Karina Cruz
  

No mês da mulher, o Hospital Estadual da Mãe, que começou a ser construído no bairro do Colubandê, em São Gonçalo, segue sem previsão de conclusão. No local funcionaria um polo de atendimento para serviços médicos relacionados à maternidade, mas acabou se tornando um elefante branco em um dos principais bairros da cidade. 

O projeto do hospital previa 100 leitos, 14 salas de PPP (pré-parto, parto, pós-parto), que podem contar com a presença de familiares da gestante, além de três salas para parto cirúrgico. No projeto constavam também leitos de terapia intensiva para mães e bebês. 

O investimento total era de R$ 43 milhões e a previsão de entrega para os gonçalenses estava prevista para o segundo semestre de 2013. Desde aquele ano, no entanto, a obra está parada e largada às margens da RJ-104. 

Sérgio Cortês, então secretário Estadual de Saúde na Gestão do governo Sérgio Cabral, falou sobre o projeto à época, fazendo promessas de conforto e atendimento que não foram cumpridas. Ele afirmou que as gestantes teriam oportunidades de visitar as instalações ao longo do pré-natal e fazer variados tipos de consultas, como visitas a obstetras, exames de imagem, orientação nutricional e diversos serviços relacionados à maternidade.

Cortês acabou preso na operação ''Fatura Exposta'', a mesma que definiu a prisão de Sérgio Cabral, e foi condenado a 16 anos de prisão. Ele foi acusado de ter desviado junto com os empresários Miguel Iskin, Gustavo Estellita e o próprio ex-governador de ter desviado R$ 300 milhões de reais da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro.

Algumas pessoas que passam próximo ao local estão descrentes com relação ao prosseguimento da obra
Algumas pessoas que passam próximo ao local estão descrentes com relação ao prosseguimento da obra |  Foto: Karina Cruz
  

A manicure, Maiara Soares, relatou que gostaria de ter sido atendida na unidade quando teve uma filha, há três anos. Ela teve que utilizar os serviços da Maternidade Municipal Doutor Mário Niajar, no Alcântara. 

Tive que ir na Maternidade do Alcântara, foi péssimo. Enfrentei filas mesmo estando em uma situação delicada. Acredito que se o Hospital da Mãe tivesse saído do papel eu teria tido melhores condições de parto Maiara Soares, manicure
 

Reforço

A deputada estadual Mônica Francisco (Psol) tenta uma retomada das obras do hospital. Por meio de indicação legislativa, protocolada na última quinta-feira (10) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), ela solicita ao Executivo uma continuidade para a obra. 

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), informou que retomou as tratativas para a reinício da obra do Hospital da Mãe no bairro do Colubandê, com a revisão da parte assistencial do projeto, com base nas necessidades atuais da região. Após essa etapa, a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) reiniciou a verificação dos documentos e, semanalmente, vem realizando reuniões entre as equipes para definições e esclarecimentos de dúvidas. 

A pasta informou ainda que a obra foi paralisada devido a uma mudança de escopo do projeto que previa a ampliação de leitos de CTI, mas que a mudança ultrapassou o percentual de aditivo permitido em lei, sendo necessário um novo processo licitatório. A secretaria disse que, no momento, não há data prevista para a inauguração da unidade de saúde.

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